Port.

Que nada, vai, deixa eu contar que ele está com o cabelo grande. É, grande e com um puro ar de sujo. Lindo, estou cega. Desse jeito mesmo. Ele lá, todo encanto, vestindo azul e com um cabelo sujo e uma barba grande. Ah, já sei que essa tua fase não passa, oras. Não, mas olhe aqui: Ele está lindo muito dô. Eu sei, eu sei, é o sotaque que chama atenção, e até a mania de colocar cigarro antes de acender na boca. Falar, falar. O cigarro fica pulando nos lábios, vejo alma. Dã, vejo os olhos também, mas não consigo sentir mar, não faz o tipo do “sou profundo”. É básico que só: mesma roupa a semana inteira, mesmos beijos de cumprimento, e todos os idênticos cigarros dançantes que hão de ser acesos. Maravilhoso. Sabe o dia que bate o mau humor ? Então, eu subo as escadas e não falo com ninguém. É, podem passar ao meu lado que eu só vou fazer (tentar) uma cara melhor. Nem, querido, nem a beleza dele consegue salvar. Já subi, sentei, respirei e fui até a sala ao lado só para olhar a cara dele e analisar se hoje ele está bom, com algum encanto. Sim, nunca houve decepção. Claro, já desaprovei alguns penteados. Mas, ah, quem consegue ser reprovado ao vir pendurado pelos ferros de uma escada te dar um beijo no rosto mais gostoso que qualquer penteado, e ainda dizer, com àquelas palavras escritas que irão subir montanhas. Era uma pergunta: Quem ?

Só ouço grande maioria dizer que ele é pura falta de beleza. “Cadê a graça ?”

Olha, não é não. Não dá para ser assim, acabou.